A construção civil, um mercado restritamente ocupado por mão-de-obra masculina, começa a se abrir também para mulheres em Criciúma. A Construtora Fontana contratou três mulheres para a linha de frente da construção de seus empreendimentos. Elas dividem espaço com outros 600 homens que trabalham atualmente nas 16 obras em andamento da empresa. Segundo o presidente da Construtora Fontana, Olvacir Bez Fontana, a idéia surgiu a partir da observação do trabalho de uma zeladora no prédio onde mora.
“As mulheres por si só possuem um cuidado extra e uma capricho maior que os homens. Observando a zeladora do meu prédio, vi nela uma oportunidade de mercado até então não explorada, uma vez que a construção civil carece de mão de obra, principalmente serventes. Diante disso, abrimos inscrição para mulheres interessadas em trabalhar na frente de serviço de uma obra e o número surpreendeu, foram mais de ?? inscrição. Elas passaram por uma seleção e escolhemos três para experiência, o que até o momento, está sendo muito positiva”, explica Fontana.
No começo havia certo ar de preocupação, segundo o engenheiro responsável da empresa, Rodrigo Ugioni. “Nós não sabíamos qual seria a reação dos funcionários nas obras. Mas a experiência mostrou um resultado muito interessante. O clima onde as mulheres trabalham é de mais respeito, cooperação”, comenta o profissional. Mesmo exigindo da empresa um investimento maior, uma vez que onde as mulheres trabalham, o pátio de obras necessita de uma estrutura diferenciada, como vestiário para troca de roupa e banheiro feminino, a idéia é ampliar o número de mulheres trabalhando como serventes.
“A Construtora Fontana sempre apostou no novo, no diferente, no atual. Acho que acreditar nas mulheres dentro da construção civil é muito mais que abrir vagas no mercado de trabalho, é oportunizar um novo ramo, uma nova oportunidade, uma nora profissão”, defende Fontana.
“Estou me sentindo muito bem na obra”
Ela sempre trabalho como, costureira, zeladora, doméstica e babá. Hoje ela servente de pedreiro e um dos profissionais responsáveis pela construção do Porto Brindize, empreendimento em Construção na Rua Santo Antônio que a empresa vai entregar ainda este ano. Casada, mãe de três filhos, Marinaide Nascimento (foto) enfrenta um novo desafio aos 35 anos: Fazer um trabalho até então realizado só por homens em Criciúma. “Procurei o serviço por três motivos: é uma profissão a mais, uma experiência nova e também por necessidade, precisava trabalhar. Estou gostando da construção civil”, conta ela dizendo que não é fácil. “É um serviço puxado. O que mais senti foi a necessidade da força física, mas já estou me acostumando”, fala ao apertar os músculos do braço.